quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Homo connectus - Reportagem da Revista Veja 2012



Uma charge em recente número da revista The New Yorker mostrava uma animada mulher, ao telefone, convidando os amigos para uma festinha em sua casa. “Vai ser daquelas reuniões com todo mundo olhando para seu iPhone”, ela diz. O leitor captou? A leitora achou graça? Cartunistas são mais rápidos do que antropólogos e mais diretos do que romancistas. Captam o fenômeno quase no momento mesmo em que vem à luz. O fenômeno em questão é o poder magnético dos iPhones, BlackBerries e similares. O ato de compra desses aparelhinhos é um contrato que vincula mais que casamento. As pessoas se obrigam a partilhar a vida com eles.   Na charge da New Yorker, a mulher estava convidando para uma festa em que, ela sabia – e até se entusiasmava com isso –, as pessoas ficariam olhando para seus iPhones ainda mais do que umas para as outras. É assim, desde a sensacional erupção dos tais aparelhinhos, e não só nas ocasiões sociais. O mesmo ocorre nas
reuniões de trabalho. Chegam os participantes e cada um já vai depositando à mesa o respectivo smartphone (o nome do gênero a que pertencem as espécies). Dali para a frente, será um olho lá e outro cá, um na reunião e outro na telinha. Não dá para desgarrar dela. De repente pode chegar uma mensagem, aparecer uma notícia importante, surgir a necessidade de uma consulta no Google.
O que vale para reuniões sociais e de trabalho vale também para as sessões do Supremo Tribunal Federal. Quem assistiu pela TV Justiça, na semana passada, ao início do julgamento das  Competências do Conselho Nacional de Justiça, assistiu a uma cena exemplar. Falava o representante da Associação dos Magistrados Brasileiros. A TV Justiça, com seu apego pela câmera parada, modelo Jean‐Luc Godard, enquadrava o orador e, atrás dele, quatro cadeiras da primeira fila da assistência. Três delas estavam ocupadas, a primeira por uma moça que, coitada, não conseguia se livrar de um ataque de espirros, e as outras duas por cavalheiros cujo tormento, igualmente
compulsivo, era não conseguir se livrar dos smartphones. (Se o leitor ainda não se deu conta, o melhor, na TV Justiça ou na TV Câmara, é observar o que se passa ao fundo.) Os dois cavalheiros apresentavam reações características do Homo connectus. Um olho lá, outro cá. De vez em quando, um deles guardava o telefoninho no bolso. Será que agora vai sossegar? Não; minutos depois, sacava‐o de novo. E se chega uma mensagem? Uma notícia? Às vezes o smartphone exigia mais que um simples olhar. Requeria o afago dos dedos, naquele gesto que antes servia para espanar uma sujeirinha na roupa, e hoje é o modo de conversar com a telinha. Quando o representante da Associação dos Magistrados terminou o discurso, veio ocupar a cadeira que estava vazia. Agora era sua vez! Sacou o smartphone e, olho lá e olho cá, ele o põe no bolso, tira, olha, consulta de novo, enquanto o orador seguinte se apresentava. O telefoninho esperto vem provocando decisivas alterações na ordem das coisas. O ser humano é instigado a desenvolver novas habilidades, como a de tocar na tela e conduzi‐la ao fim desejado, sem que desande, furiosa e insubmissa. Implantam‐se novos hábitos sociais. No tempo do celular puro e simples, aquele bicho que só telefonava, havia restrições a seu uso. Não em ambientes mais debochados, como a Câmara dos Deputados, por
exemplo, onde sempre foi e continua a ser usado sem peias. Em lugares de maior compostura, os celulares são evitados porque fazem barulho – disparam a tocar campainhas ou musiquinhas e só permitem comunicação via voz. Já os smartphones podem ser desativados na função telefone, mas continuar, em respeitoso silêncio, na função telinha. Daí serem socialmente mais aceitáveis.3
Há uma grande desvantagem, porém. O aparelhinho parte a pessoa ao meio. Metade dela está na festa, metade no smartphone. Concluída sua oração, metade do senhor da Associação dos Magistrados continuou na sessão do Supremo, metade evadiu‐se para o aparelhinho. Pode ser que o aparelhinho lhe tenha trazido informações fundamentais para sua causa. Mas pode ser também que tenha perdido informações fundamentais, ao não acompanhar o orador seguinte. Qual o remédio, para a divisão da pessoa em duas, metade ela mesma, metade seu smartphone? Abrir mão do aparelhinho, depois de todas as facilidades que trouxe, está fora de questão. Se é para abrir mão de um dos dois lados, que seja o da pessoa. Por exemplo: inventando‐se um smartphone capaz de sugá‐la e reproduzi‐la em seu bojo. As reuniões sociais, as de trabalho e as sessões do Supremo seriam feitas só de smartphones, sem a intermediação humana. Delírio? O leitor esquece do que a Apple é capaz.
[Roberto Pompeu de Toledo. Homo connectus. Revista Veja, ed. 2255. 8/2/2012]

Homem Conectus - Inauguração da Ideia

A Evolução Humana é o processo de mudança e desenvolvimento, ou evolução, pelo qual os seres humanos emergiram como uma espécie distinta (se é que a teoria evolucionista está certa...). É tema de um amplo questionamento científico que busca entender e descrever como a mudança e o desenvolvimento acontecem. O estudo da evolução humana engloba muitas áreas da ciência, como a Psicologia Evolucionista, a Biologia Evolutiva, a Genética, as Ciências Sociais, Sociologia e a Antropologia Física. O termo "humano", no contexto da evolução humana, refere-se ao gênero Homo. Mas, os estudos da evolução humana usualmente incluem outros hominídeos, como os australopithecus. 

Antes de adentrarmos nos termos técnicos de cada ciências gostaria de fazer uma reflexão sobre as visões das pessoas sobre o tema Evolução Humana e estágio atual.

A pouco tempo (em 2012) foi publicado na revista VEJA (8/02/2012)  pelo colunista Roberto Pompeu de Toledo uma matéria intitulada Homo Connectus, onde descreve a influência do smartphone( ou computadores portateis moveis) em nossa vida, descrevendo a ação desse aparelhinho no nosso cotidiano. Ao final menciona que tal dispositivo divide a pessoa ao meio; metade está na reunião ou na festa, metade no smartphone.

Na mesma reportagem é destacada a situação onde  uma mãe declara que só conversa com seus filhos pelo Facebook, mesmo quando todos estejam em casa (É realmente um mundo novo). Não preciso ir muito longe... Irmãos que moram na mesma casa que se falam mais por whatsapp do que pessoalmente é situação normal hoje em dia. Na minha época, por exemplo, minha mãe gritava “almoço!!!”, e eu tinha alguns segundos para aparecer, com as mãos lavadas. Pelo que entendi da família moderna, a mãe agora manda uma mensagem de “almoço” pelo Facebook.

Também não consigo esquecer o caso do dançarino Carlinhos de Jesus que ao receber a notícia do assassinato do seu filho entrou no Twitter para informar seus seguidores como estava se sentindo. Eu que sou mais antiquado nem lembraria da existência do Twitter se recebesse a notícia de uma tragédia desta magnitude.

Cada vez mais perdemos o interesse pelo que acontece ao nosso redor e ficamos focados nas mensagens dos aparelhinhos (isso não só com os smartphones, mas com outro gadgets como Maquinas fotográficas, filmadoras, binoculos dentre outros.... Por exemplo, se alguém passar e nos disser “oi” podemos nem perceber. Mas se a pessoa enviar uma mensagem de celular com conteúdo “oi”, aí sim, vamos ver e responder.

Fico espantado quando vou aos restaurantes nos domingos e vejo as famílias almoçando. Cada um com seus aparelhinhos, olhando e teclando o tempo quase todo. Deveriamos criar algumas regras ( de etiqueta ou netiqueta como já vi em alguns sites!?!?) ou tal comportamento é totalmente aceitável para os dias atuais!?

Esta nova realidade da vida deverá provocar algum efeito em quem trabalha por hora como, por exemplo, consultores (como eu). Antigamente (há uns dois ou três anos atrás...) quando consultores estavam numa reunião cobrando horas de um cliente, pelo menos naquele momento estavam envolvidos no assunto do cliente. Atualmente o cliente apenas paga pelas horas, pois seus consultores estarão o tempo todo com os olhos (e dedos) vidrados nos seus aparelhinhos. Se o cliente que está pagando a conta da reunião quiser ter a atenção dos seus consultores ali reunidos, terá que mandar um e mail...

Um livro interessante “Out of our heads”, do filósofo Alva Noë, o autor procura caracterizar a nossa consciência como algo que não está dentro de nossas cabeças, mas que tem a ver com tudo que está a nossa volta. Confesso que não havia entendido bem esse conceito, até que o colunista me fez perceber que uma metade de nós está num smartphone. 


Outro artigo interessante que avaliei foi  sobre Tecnologia vestível é o futuro: Homo Erectus Connectus por André Luís (18/03/2013)


Esses são apenas alguns apetrechos que visualizo no Homem Conectus... Ao longo dos post irei tentar buscar as bases cientificas, as melhores construções antropológicas, sociologicas e filosóficas sobre o tema. Buscarei construir minha tese de graduação totalmente por esse blog onde ao final irei consolidar todas as ideias reunidas em minha monografia de final de curso. 

Abaixo trago algumas figuras e highlights pertinentes.


A evolução humana, ou antropogênese, é a origem e a evolução do Homo sapiens como espécie distinta de outros hominídeos, dos grandes macacos e mamíferos placentários.





Mas em que estágio estamos!? Tentarei nesse blog definir minha Teoria de Estágio de Evolução Humana - "HOMEM CONECTUS"