quarta-feira, 22 de julho de 2015

Vivo critica uso excessivo de celular em nova campanha

PORTAL EXAME 

São Paulo - Após anos de entusiasmo tecnológico, começamos a nos deparar com mobilizações que alertam sobre os riscos do uso excessivo de smartphones e outras ferramentas digitais.

Afinal, até mesmo anos de estudos para criar instrumentos que agreguem o dia a dia podem ter um efeito inverso se adotados para a vida de forma errada.

Já falamos hoje sobre uma peça publicitária para o Centro de Pesquisas Psicológicas de Shenyang, na China, em que os smartphones viram muros entre as pessoas.

Mas engana-se quem pensa que apenas Centros de estudos e ONGs se preocupam com o excesso dos aparelhos tecnológicos.

Uma nova campanha, que convida os brasileiros à discussão sobre o assunto, foi criada por nada menos que uma marca com um negócio ligado diretamente a celulares: A Vivo.

A iniciativa #UsarBemPegaBem chama atenção para atitudes que se tornaram naturais na era digital, como digitar e dirigir ao mesmo tempo, ler conteúdos no celular sem olhar por onde passa e checar as redes sociais o tempo todo sem dar atenção a quem está ao lado.

Trata-se da primeira empresa de telecomunicações do Brasil a promover a discussão sobre o tema da conexão consciente e o comportamento das pessoas em relação ao celular.

"A Vivo acredita na importância de iniciar essa conversa, de forma a provocar uma reflexão social construtiva, de credibilidade e sem juízo de valor", afirma Cris Duclos, diretora de Imagem e Comunicação da Vivo.

Assinado pela DM9, a campanha conta com um hotsite, o Modo Consciente, onde é possível conhecer o conteúdo divulgado, bem como as interações dos usuários de redes sociais sobre o tema.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

O homem Connectus precisa de mais Espectro!!!


As TICs que sustentam a Sociedade Conectada não conseguem funcionar sem mobilidade, ou não conseguem funcionar sem tráfego de dados sobre espectro. Como resultado, o espectro, bem finito, tende a se tornar cada vez mais escasso e precioso.






Entre 2 e 27 de novembro deste ano, será realizada em Genebra, Suíça, a Conferência Mundial de Radiocomunicação da UIT (União Internacional de Telecomunicações ). A Conferência, realizada a cada três ou quatro anos consiste em examinar e, se necessário, modificar o Regulamento das Radiocomunicações, que é o tratado internacional que rege a utilização do espectro de frequências radioelétricas. De acordo com a Constituição da UIT, a Conferência “poderá revisar o Regulamento das Radiocomunicações e qualquer dos respectivos Planos de Designação e Identificação de Frequências”.

O setor de telecomunicações passa atualmente por um momento de profunda transformação, e o reflexo mais importante desta mudança é que, por conta das Tecnologias da Informação e Comunicação (“TICs”), todos os setores da sociedade estão se transformando. O setor de TICs está se expandindo para mais áreas da sociedade e dos negócios, e oportunidades notáveis de inovações radicais e disruptivas estão surgindo em indústrias, serviços públicos e na vida privada.

Ao possibilitar novas maneiras para que as pessoas criem, aprendam, produzam e inovem, o setor de TICs pode ter um impacto positivo, sustentável e de longo prazo em nossa economia, e, de modo mais amplo, em nosso mundo. Na Ericsson, denominamos esta nova sociedade que está sendo moldada de Sociedade Conectada e temos a visão de que em 2020 teremos 50 bilhões de conexões em todo o mundo, sejam pessoas, localidades ou coisas conectadas.

Com relação à banda larga móvel, a última edição do Relatório de Mobilidade da Ericsson , lançada em 3 de junho, disponibiliza dados sobre seu crescimento em todo o mundo, dos quais destacamos:

Destes dados, é possível identificar a transição da base de assinantes para LTE/HSPA e predominância de tráfego de dados em smartphones. Ainda, para melhor ilustrar o crescimento exponencial da banda larga móvel em todo o mundo, vale destacar que no exíguo espaço de um ano entre 4T/13 e 4T/14, houve 55% de crescimento no tráfego global de dados móveis, e a tendência irreversível de ascensão de vídeo trafegado sobre redes móveis. O que nos faz ressaltar a previsão da Ericsson de que 50% do total do tráfego global de dados será atribuído a vídeo em 2019. Todos estes dados convergem para a realidade de que a banda larga móvel permanecerá o principal propulsor da Sociedade Conectada.




As TICs que sustentam a Sociedade Conectada não conseguem funcionar sem mobilidade, ou seja, não conseguem funcionar sem tráfego de dados sobre espectro – esta é a realidade neste começo de século que caracteriza o setor de TICs. Como resultado, o espectro, bem finito, tende a se tornar cada vez mais escasso e precioso. É com base na necessidade premente de mais e mais espectro para a banda larga móvel que a indústria volta suas atenções para a Conferência de novembro, na expectativa de que novas frequências sejam identificadas para a prestação de serviços de banda larga móvel (“IMT” – International Mobile Telecommunications).


A Ericsson considera, em nível global, que quantidade adicional de espectro entre 400 e 1000 MHz será necessária para atendimento à sempre crescente demanda por serviços móveis. Esta quantidade resulta do espectro em torno de 1000MHz por região já identificado e a necessidade de 1340-1960 MHz de espectro disponível para a demanda em 2020. Na nossa região (Américas), por exemplo, o espectro já identificado é o de 951MHz. Vale lembrar que, na América Latina, o espectro disponível atualmente está na média de 360 MHz por país, a mais baixa média regional no mundo. Felizmente, o Brasil destoa desta média, com atuais 680MHz disponíveis.


Com vistas à identificação de novas faixas de frequência para IMT, representantes da indústria de telecomunicações trabalham junto às administrações nacionais e respectivas Confederações em suas reuniões preparatórias. Por conta destas discussões, vemos que são muitas as faixas, variando desde as mais baixas até as mais altas, que são candidatas para identificação IMT na Conferência. Considerando um total aproximado de 12 faixas candidatas, tentamos aqui identificar algumas prioritárias, que, por suas características de largura e coexistência com outros serviços, seriam de fundamental importância para a sociedade:

Por fim, relembramos que na última Conferência de Radiocomunicação, em 2012, não houve identificação de nenhuma nova faixa de frequência para serviços móveis, pois naquele ano não houve nenhum item de agenda para a identificação de espectro para IMT. Considerando que a última Conferência em que espectro foi identificado para serviços móveis foi em 2007, a identificação das faixas acima para IMT, dentre outras, na próxima Conferência em novembro torna-se ainda mais crítica à expansão de plataformas de redes móveis para o contínuo desenvolvimento das TICs que atendem às necessidades da Sociedade Conectada.

Alessandro Quattrini: Mais espectro para a banda larga móvel em debate na UIT

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

MAIS SELF, MENOS SELFIE

Nos Estados Unidos existe uma expressão que não tem correspondente em português: o me time. Temos aqui o tal do “tempo para mim”, mas não acho que seja a tradução correta. Esse “tempo do eu” (em tradução mais do que livre) não tem tanto a ver com as horas do dia que sobram para fazer coisas pes­soais (ler aquele livro que estava parado no criado-mudo ou fazer o tratamento estético de que provavelmente você não precisa), mas sim com as horas do dia em que ficamos a sós conosco. Um tempo para curtir a solidão.

Hoje temos muito pouco “tempo do eu”. O mundo digital e suas demandas sociais fazem que nunca estejamos sozinhos. A lógica das redes sociais de quantificar nosso sucesso através de likes e RTs nos faz perder a noção de quem realmente somos. Vivemos em função daquilo que outros atribuem a nós. Se posto uma selfie no Instagram e recebo dez likes, isso constrói meu caráter e minha persona. Se ninguém curte o que posto, acho que tenho algum problema, que minha vida não é tão interessante ou que meus amigos não ligam para mim. A construção do que sou é muito mais coletiva do que pessoal.

A geração que nasceu nos anos 1980 talvez seja a última que sabe como é ter momentos de verdadeira solidão. Aqueles em que é possível decidirmos sozinhos o que achamos de nós mesmos, que são tão importantes e que tanta gente busca hoje em dia. O famoso “tempo do eu”.

Será que antes da internet a vida era melhor porque tínhamos mais “tempo do eu”? Não! Nem melhor, nem pior, ela simplesmente era. Mas era num ritmo bem mais lento, menos exigente e menos frenético. As redes sociais nos exigem, mas é extremamente interessante e encantador ter acesso a toda a informação do mundo, à cultura que corre livre pelas redes, ao conhecimento, consumo, relações.

A internet nos deu o mundo e ao mesmo tempo nos tirou do nosso mundinho próprio. Ele era muito mais restrito, verdade, mas nos permitia ter momentos solitários em que podíamos nos dedicar mais ao nosso self do que à selfie perfeita.

A vida lá fora é maravilhosa, mas tirar um tempo para ficar só de vez em quando pode ser melhor ainda. Tente! :)

Founder e curadora do youPIX e cocuradora da Campus Party Brasil. Seu trabalho busca entender como os jovens brasileiros usam a rede para se expressar e criar movimentos culturais .

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

A desigualdade e a internet


Por J. Bradford DeLong - 27/11/2014

A conclusão de que os Estados Unidos ficaram muito mais desiguais nos últimos 35 anos é inquestionável. Desde 1979, o modelo está claro: quanto mais rica a pessoa era, muito mais rica ficou. E quem era pobre provavelmente continuou pobre.

Mas o mesmo período foi também uma era de acelerada mudança tecnológica. Os EUA estão passando pela terceira revolução industrial, uma conflagração da era da informação que pode ser tão monumental quanto suas predecessoras, que transformaram a sociedade por meio da introdução do vapor, do ferro, do algodão e do maquinário, e depois da combustão interna, da energia elétrica e do aço.

Atualmente, quase todo habitante de um país desenvolvido - e, em breve, a maior parte do restante da população mundial - tem condições financeiras de adquirir, facilmente, um smartphone, conquistando assim acesso barato a um universo de conhecimento humano e de entretenimento que, até uma geração atrás, estava, de longe, fora do alcance de quem não fosse rico. Será possível que os indicadores convencionais de desigualdade e de renda subestimem, por ampla margem, nosso alto grau de bem-estar?

Se eu arriscasse um palpite, diria que, como sociedade, os benefícios que recebemos da tecnologia da era da informação foram neutralizados pela inveja e pelo despeito decorrentes de viver num mundo cada vez mais desigual

De acordo com a economia convencional, a resposta, à primeira vista, parece ser não. Os cálculos de expansão da economia que revelam desigualdade crescente já levam em consideração os gastos com telecomunicações, processamento de informações e entretenimento audiovisual. A menos que os benefícios dos produtos e serviços da era da informação ultrapassem, em grande medida, o que gastamos com eles, o bem-estar que eles proporcionam já entrou nessa conta.

Mas será que esse "a menos que" é mesmo tão despropositado? Quando investimos em nosso bem-estar, não gastamos dinheiro apenas para comprar bens e serviços; destinamos uma parte do nosso tempo livre para usá-los devidamente. Um ingresso de cinema não trará grandes benefícios a quem deixar a sala antes de o filme começar. O tempo, tanto quanto o dinheiro, é um recurso escasso; e, pelo fato de os produtos e serviços relacionados à informação exigirem a atenção do usuário, eles são intensivos em termos de consumo de tempo. Desde o dia em que Homero recitou sua "Ilíada" em volta da fogueira após o anoitecer, ficamos dispostos a pagar caro por histórias, entretenimento e informação.

A era da tecnologia da informação nos deu a possibilidade de investir nosso tempo em recursos que, no passado, apenas os mais poderosos podiam se permitir. Se, no século XVII, alguém quisesse assistir a "Macbeth" na sua casa, teria de se chamar James Stuart, contratar William Shakespeare e sua companhia teatral e ter um teatro de tamanho normal em seu palácio real.

Gastamos, em média, duas horas por dia com nossos aparelhos de áudio-vídeo. Suponhamos, por um minuto, que as oportunidades oferecidas pelo lançamento da internet de banda larga duplicaram, no mínimo, o benefício - o prazer - que obtemos durante esse tempo. Isso equivale a receber duas horas a mais de tempo livre todos os dias, além das dez horas, em média, que passamos acordados e sem estar trabalhando. Considerado em termos econômicos, representa uma elevação adicional de 0,6% do padrão de vida desde 1990, um incremento muito maior que o de 0,2% ao ano que a utilização de indicadores convencionais nos levaria a concluir.

A questão passa então a ser se os nossos smartphones, Kindles, tablets e computadores de fato nos oferecem esse benefício adicional.

Valorizamos o que obtemos de Netflix, YouTube, Facebook e a biblioteca da humanidade on-line de internet muito mais do que o que aprendemos, ouvimos, assistimos ou mexericamos anteriormente pelos meios tradicionais? Assistir à TV sob demanda é mais gratificante do que ir a um cinema? As informações em seu Twitter são mais esclarecedoras do que uma ida a uma biblioteca próxima? Os amigos do Facebook são mais valiosos que, bem, amigos?

Seja qual for a resposta a essas perguntas, há um problema ainda maior. Não consumimos produtos e serviços no vácuo. Parte do prazer que recebemos deles provém da sensação de que estamos subindo de status em relação aos nossos pares. A era da informação não apenas nos forneceu novas opções de entretenimento; descortinou novas visões dos estilos de vida dos nossos vizinhos - e o que percebemos é que alguns deles estão ficando muito, mas muito mais ricos.

Se eu arriscasse um palpite, diria que, como sociedade, os benefícios que recebemos da tecnologia da era da informação foram neutralizados pela inveja e pelo despeito decorrentes de viver num mundo cada vez mais desigual. (Tradução de Rachel Warszawski)

J. Bradford DeLong, ex-vice-secretário-assistente do Departamento do Tesouro dos EUA, é professor de Economia da Universidade da Califórnia, campus de Berkeley, e pesquisador adjunto da Agência Nacional de Pesquisa Econômica.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Homo connectus - Reportagem da Revista Veja 2012



Uma charge em recente número da revista The New Yorker mostrava uma animada mulher, ao telefone, convidando os amigos para uma festinha em sua casa. “Vai ser daquelas reuniões com todo mundo olhando para seu iPhone”, ela diz. O leitor captou? A leitora achou graça? Cartunistas são mais rápidos do que antropólogos e mais diretos do que romancistas. Captam o fenômeno quase no momento mesmo em que vem à luz. O fenômeno em questão é o poder magnético dos iPhones, BlackBerries e similares. O ato de compra desses aparelhinhos é um contrato que vincula mais que casamento. As pessoas se obrigam a partilhar a vida com eles.   Na charge da New Yorker, a mulher estava convidando para uma festa em que, ela sabia – e até se entusiasmava com isso –, as pessoas ficariam olhando para seus iPhones ainda mais do que umas para as outras. É assim, desde a sensacional erupção dos tais aparelhinhos, e não só nas ocasiões sociais. O mesmo ocorre nas
reuniões de trabalho. Chegam os participantes e cada um já vai depositando à mesa o respectivo smartphone (o nome do gênero a que pertencem as espécies). Dali para a frente, será um olho lá e outro cá, um na reunião e outro na telinha. Não dá para desgarrar dela. De repente pode chegar uma mensagem, aparecer uma notícia importante, surgir a necessidade de uma consulta no Google.
O que vale para reuniões sociais e de trabalho vale também para as sessões do Supremo Tribunal Federal. Quem assistiu pela TV Justiça, na semana passada, ao início do julgamento das  Competências do Conselho Nacional de Justiça, assistiu a uma cena exemplar. Falava o representante da Associação dos Magistrados Brasileiros. A TV Justiça, com seu apego pela câmera parada, modelo Jean‐Luc Godard, enquadrava o orador e, atrás dele, quatro cadeiras da primeira fila da assistência. Três delas estavam ocupadas, a primeira por uma moça que, coitada, não conseguia se livrar de um ataque de espirros, e as outras duas por cavalheiros cujo tormento, igualmente
compulsivo, era não conseguir se livrar dos smartphones. (Se o leitor ainda não se deu conta, o melhor, na TV Justiça ou na TV Câmara, é observar o que se passa ao fundo.) Os dois cavalheiros apresentavam reações características do Homo connectus. Um olho lá, outro cá. De vez em quando, um deles guardava o telefoninho no bolso. Será que agora vai sossegar? Não; minutos depois, sacava‐o de novo. E se chega uma mensagem? Uma notícia? Às vezes o smartphone exigia mais que um simples olhar. Requeria o afago dos dedos, naquele gesto que antes servia para espanar uma sujeirinha na roupa, e hoje é o modo de conversar com a telinha. Quando o representante da Associação dos Magistrados terminou o discurso, veio ocupar a cadeira que estava vazia. Agora era sua vez! Sacou o smartphone e, olho lá e olho cá, ele o põe no bolso, tira, olha, consulta de novo, enquanto o orador seguinte se apresentava. O telefoninho esperto vem provocando decisivas alterações na ordem das coisas. O ser humano é instigado a desenvolver novas habilidades, como a de tocar na tela e conduzi‐la ao fim desejado, sem que desande, furiosa e insubmissa. Implantam‐se novos hábitos sociais. No tempo do celular puro e simples, aquele bicho que só telefonava, havia restrições a seu uso. Não em ambientes mais debochados, como a Câmara dos Deputados, por
exemplo, onde sempre foi e continua a ser usado sem peias. Em lugares de maior compostura, os celulares são evitados porque fazem barulho – disparam a tocar campainhas ou musiquinhas e só permitem comunicação via voz. Já os smartphones podem ser desativados na função telefone, mas continuar, em respeitoso silêncio, na função telinha. Daí serem socialmente mais aceitáveis.3
Há uma grande desvantagem, porém. O aparelhinho parte a pessoa ao meio. Metade dela está na festa, metade no smartphone. Concluída sua oração, metade do senhor da Associação dos Magistrados continuou na sessão do Supremo, metade evadiu‐se para o aparelhinho. Pode ser que o aparelhinho lhe tenha trazido informações fundamentais para sua causa. Mas pode ser também que tenha perdido informações fundamentais, ao não acompanhar o orador seguinte. Qual o remédio, para a divisão da pessoa em duas, metade ela mesma, metade seu smartphone? Abrir mão do aparelhinho, depois de todas as facilidades que trouxe, está fora de questão. Se é para abrir mão de um dos dois lados, que seja o da pessoa. Por exemplo: inventando‐se um smartphone capaz de sugá‐la e reproduzi‐la em seu bojo. As reuniões sociais, as de trabalho e as sessões do Supremo seriam feitas só de smartphones, sem a intermediação humana. Delírio? O leitor esquece do que a Apple é capaz.
[Roberto Pompeu de Toledo. Homo connectus. Revista Veja, ed. 2255. 8/2/2012]

Homem Conectus - Inauguração da Ideia

A Evolução Humana é o processo de mudança e desenvolvimento, ou evolução, pelo qual os seres humanos emergiram como uma espécie distinta (se é que a teoria evolucionista está certa...). É tema de um amplo questionamento científico que busca entender e descrever como a mudança e o desenvolvimento acontecem. O estudo da evolução humana engloba muitas áreas da ciência, como a Psicologia Evolucionista, a Biologia Evolutiva, a Genética, as Ciências Sociais, Sociologia e a Antropologia Física. O termo "humano", no contexto da evolução humana, refere-se ao gênero Homo. Mas, os estudos da evolução humana usualmente incluem outros hominídeos, como os australopithecus. 

Antes de adentrarmos nos termos técnicos de cada ciências gostaria de fazer uma reflexão sobre as visões das pessoas sobre o tema Evolução Humana e estágio atual.

A pouco tempo (em 2012) foi publicado na revista VEJA (8/02/2012)  pelo colunista Roberto Pompeu de Toledo uma matéria intitulada Homo Connectus, onde descreve a influência do smartphone( ou computadores portateis moveis) em nossa vida, descrevendo a ação desse aparelhinho no nosso cotidiano. Ao final menciona que tal dispositivo divide a pessoa ao meio; metade está na reunião ou na festa, metade no smartphone.

Na mesma reportagem é destacada a situação onde  uma mãe declara que só conversa com seus filhos pelo Facebook, mesmo quando todos estejam em casa (É realmente um mundo novo). Não preciso ir muito longe... Irmãos que moram na mesma casa que se falam mais por whatsapp do que pessoalmente é situação normal hoje em dia. Na minha época, por exemplo, minha mãe gritava “almoço!!!”, e eu tinha alguns segundos para aparecer, com as mãos lavadas. Pelo que entendi da família moderna, a mãe agora manda uma mensagem de “almoço” pelo Facebook.

Também não consigo esquecer o caso do dançarino Carlinhos de Jesus que ao receber a notícia do assassinato do seu filho entrou no Twitter para informar seus seguidores como estava se sentindo. Eu que sou mais antiquado nem lembraria da existência do Twitter se recebesse a notícia de uma tragédia desta magnitude.

Cada vez mais perdemos o interesse pelo que acontece ao nosso redor e ficamos focados nas mensagens dos aparelhinhos (isso não só com os smartphones, mas com outro gadgets como Maquinas fotográficas, filmadoras, binoculos dentre outros.... Por exemplo, se alguém passar e nos disser “oi” podemos nem perceber. Mas se a pessoa enviar uma mensagem de celular com conteúdo “oi”, aí sim, vamos ver e responder.

Fico espantado quando vou aos restaurantes nos domingos e vejo as famílias almoçando. Cada um com seus aparelhinhos, olhando e teclando o tempo quase todo. Deveriamos criar algumas regras ( de etiqueta ou netiqueta como já vi em alguns sites!?!?) ou tal comportamento é totalmente aceitável para os dias atuais!?

Esta nova realidade da vida deverá provocar algum efeito em quem trabalha por hora como, por exemplo, consultores (como eu). Antigamente (há uns dois ou três anos atrás...) quando consultores estavam numa reunião cobrando horas de um cliente, pelo menos naquele momento estavam envolvidos no assunto do cliente. Atualmente o cliente apenas paga pelas horas, pois seus consultores estarão o tempo todo com os olhos (e dedos) vidrados nos seus aparelhinhos. Se o cliente que está pagando a conta da reunião quiser ter a atenção dos seus consultores ali reunidos, terá que mandar um e mail...

Um livro interessante “Out of our heads”, do filósofo Alva Noë, o autor procura caracterizar a nossa consciência como algo que não está dentro de nossas cabeças, mas que tem a ver com tudo que está a nossa volta. Confesso que não havia entendido bem esse conceito, até que o colunista me fez perceber que uma metade de nós está num smartphone. 


Outro artigo interessante que avaliei foi  sobre Tecnologia vestível é o futuro: Homo Erectus Connectus por André Luís (18/03/2013)


Esses são apenas alguns apetrechos que visualizo no Homem Conectus... Ao longo dos post irei tentar buscar as bases cientificas, as melhores construções antropológicas, sociologicas e filosóficas sobre o tema. Buscarei construir minha tese de graduação totalmente por esse blog onde ao final irei consolidar todas as ideias reunidas em minha monografia de final de curso. 

Abaixo trago algumas figuras e highlights pertinentes.


A evolução humana, ou antropogênese, é a origem e a evolução do Homo sapiens como espécie distinta de outros hominídeos, dos grandes macacos e mamíferos placentários.





Mas em que estágio estamos!? Tentarei nesse blog definir minha Teoria de Estágio de Evolução Humana - "HOMEM CONECTUS"